sexta-feira, 12 de março de 2010

O preconceito nosso de cada dia...

Se lhe perguntar se tens preconceito, provavelmente me dirás que não, poucos serão aqueles que admitirão que sim, tem preconceito. Agora se eu reformular minha pergunta e te questionar sobre sua reação ao ver um menino de rua vindo em sua direção, você,provavelmente, me dirá que irá recuar ou mudar de calçada. Me dá a louca e mais uma vez decido reformular minha pergunta , sendo que dessa vez te questiono sobre tua atitude caso um amigo ou parente próximo lhe diga que é gay, você certamente me dirá que conversaria com ele, para que ele revisse sua opinião e visse se era realmente aquilo que queria pra si. Essas reações, na maioria das vezes, são involuntarias e até mesmo inconscientes e, em alguns casos, até mesmo necessárias.
Por exemplo quando tu me dizes que muda de calçada ao avistar um menino de rua tu estais usando teu instinto, pois sabes que aquele menino pode ser apenas um menino qualquer e vir pedir um dinheiro ou até mesmo um pouco de afeto, mas ele também pode ser aquele que te assaltará ou até mesmo causará tua morte. E esse medo já virou uma verdadeira paranóia geral, recentemente eu estava saindo de um estacionamento quando um menino se aproximou e me pediu uma "esmolinha" eu lhe disse que não tinha e lhe dei uma bala e assanhei seu cabelo como uma forma de carinho, alguns segundos depois um outro menino se aproximou e pediu:" Tia me dá também", pensando que estava se referindo a bala respondi que não tinha mais, de uma forma até grossa, e ele falou: " Não tia só queria um carinho", juro como meus olhos se encheram de lagrimas e me senti super mal pela minha reação grossa com ele.
Fazendo uma pequena pausa na primeira pergunta e falando da segunda... Por que mesmo que você não tenha preconceitos contra homossexuais, ou até mesmo seja um, quando alguém próximo te diz que é gay, você conversa e tenta o fazer repensar? Simples, você o ama e não quer que ele sofra, e ninguém aqui vive num mundo de fantasias onde não existe preconceitos, e é natural que você queira poupar a pessoa que ama do jugamento implacável da sociedade.
Agora você deve tá se perguntando: sim mais o que uma coisa tem haver com a outra? Elas tem tudo haver porque explicam o preconceito em sua forma mais cruel, e sincera. Esse exemplos mostram que o preconceito é algo institivo e implicíto a nossa existência e que para se acabar com um preconceito não basta uma atitude e sim um conjunto delas, acabar com o preconceito é acabar com todo um pensamento intuitivo e intrínseco aquela comunidade de pessoas.